domingo, 21 de julho de 2013

NÓ DE CEGO

Não esperei conhece-la.
Pouco ainda, me dar a ela.
Não percebi como fez,
mas despertei cantando
melodias em seus lábios.
Meu corpo, flutuando,
guarda as marcas dos seus
aconchegos.
Por que? 
Vai me cuidar?
Acorda,linda princesa...
Me conta o meu destino.
Quantas horas faltam
para te ter em mim,outra vez?
Desperdício de vida,
vê-la e não tocá-la.
Por hora, fecharei as palavras,
enquanto deito em suas costas.
Amanhã é longe e o tempo
demora.
Ficarei com o que tenho agora.
Ela,toda e minha.

NEM

Ela chega numa explosão
e me joga o seu perfume.
Como se já não bastasse
a loucura que me causou
nos argumentos racionais!
Razão? O que se fez dela,mesmo?
Menina, numa inocência medonha
de perversão.
Me tirou o teto e os lados,
fitando os punhos em sua cintura.
Não sabia o que era tato,
até hoje. E a culpa é toda dela.
Toquei seu corpo, e dedilhei
cada nota, meu Deus!
Como ela pôde ? Não resisti,
me dei e entreguei.
O que fará comigo amanhã?
Olho ao lado, ela.
Volto os olhos, eu.
Aqui, nós.
E a outra? Não sei. Me perdi da outra
e me achei nessa.
E o coração, atitude pra ela, a que
é essa.
Durma, meu anjo.
Enquanto há sono, a paz reina.
"Memória do Prazer" de Jorge Vercilo, me acalma,
agora, enquanto repousa.
E eu que pensei ter morrido...

LINDA AURORA

Raios esbeltas
e singelos de egos...
Danças e vinhos, envolta ao fogo!
Mirando os cantos, te vejo.
Pronto, já me contento!
Caminhas, com pés de pó
e me fundes a pele.
Seus lábios,
carnes sujas de desejo,
me secam o ápice
de querer sentir.
Me percebes? Me notas?
(Rio) E eu, sol.
Me toma e suga a dor,imploro.
Tu, que dizes ser a que me tirará de mim!
Me arranca,então. Não hesito, nem consigo.
Mostra a que vieste em minha vida,
justamente, agora!
Mas não me faça adormecer. 
Quero sentir.



FUTURO

Outro dia, vi sua foto.
Parece feliz.
Eu? Nem tanto mal, mas sigo.
Linda...
Continua a mais linda
de todas as luas que já vi!
Me conta, é verdade que foste minha?
Naquele dia, foste minha?
Lembro como seu cheiro
se espalhou em mim.
Não poderia esquecer.
Só pra saber, você volta?
Quando? Pra mim?
Posso,apenas, te olhar?
Juro que seria só pra saber
do seu sorriso.
Só volta e me traz
o que deixei você levar.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

CARTA DE UM APELO

Minha linda,
nem todas as estradas do mundo
bastam para desviar nossos pés.

Pés e alma, juntos, numa
sintonia de espírito.

Tantos erros fizeram
de mim culpada a ponto de perder-te...

Fui de outros braços e 
pertenci a outro amor.

Mas se me perguntares se quero 
pular, direi que até vôo!
Sim, eu direi sim.

Renunciarei a todo caminho
que foi destino até hoje, e
seguirei teus passos
como prometido outrora.

Se duvidas, tenta arriscar-se...

Mas se já não o queres,
me anuncia, em forma de canção 
para me ver sangrar.

Mas, se de mim, ainda podes 
ser parte, me grita antes
do próximo sol!

Eu vou sim, eu vou contigo,
pois hoje aprendi a viver
e me tornei adulta de meus atos.

E o mais importante : o meu coração
despertou...

(E eu que pensei não existir para sentir)




TOM PASTEL

O arco do íris é colorido por
tocar o chão enquanto
atravessa o Céu.

Poderia ser de tantas
maneiras, mas as cores
insistem em ser primas.
Primas-irmãs? Não. Primas por
não serem pares...

E o que houve com o par de
mim? Tornou-se de outros
ímpares, absorveu-me e
expandiu ao vento.

Voei e pousei em outra
montanha. Alta, ao nível do
mar, mas baixa, ao sol.

Anos luz passaram
enquanto as cores se tronavam "pixels".
E volta! Volta e pinta! Que pinte e fotografe.
Que pare, e inerte fique

Há sim, outras molduras. Mas as imagens não
colorem sem inspiração.

E a inspiração é o monocromático do
narrador-personagem.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

UMA MOÇOILA DISTINTA

Observara com sutileza os arredores daquele ambiente. Cochichara consigo mesma, tamanha admiração pela atendente, escondida ao balcão. Seus pés,inquietos, a descreviam, exatamente, como se sentia : volúvel!

Mas como controlar os insanos pensamentos? Entregou-se a eles, ali,mesmo... Deixou-se envolver pelo o que pedia seu corpo: prazer. Cruzou as pernas,num ato singelo e roçando uma coxa na outra, conseguiu uma excitação transloucada, que lhe trazia uma plenitude de sensações.

Sem importar-se com o restante, fechou os olhos, delirando... Há tempo não tinha um momento daquele. Tomada pela imensidão do ápice, penetrou a mão por entre as pernas enquanto a repudiavam e foi, sem pensar ao orgasmo mais intenso que já tivera nos últimos meses.

Passando a mão,ainda suja de gozo, ouviu chamar seu nome. Era a próxima a entrar no consultório. levantou-se,numa elegância desdenhosa e encaminhou-se à porta de número 3. Lá, encerrou-se seus anseios. Deixou na sala de espera as agonias e preliminares retraídas. Começara uma nova fase em sua vida.